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.:sexta-feira, maio 07, 2004:.

Ola de novo.

Aqui vai um dos poemas mais lindos que conheço. Na verdade, imprimi-o e tá na parede do meu quarto com moldura e tudo. Foi retirado de uma história de ficção sobre um bárbaro (tipo Ivan, o terrível). Vou pôr a história toda mas o poema destacado a Bold.

Os teus passos eram húmidos
Duma esperança a despertar
Envolta na canção
Triste e lenta
Da madrugada

Tinhas o tamanho da lenda
E a coragem dos herois
Que ninguém viu
Ou que descansam na terra seca

Quem eras ninguém sabia
Nem eu que te imaginei
Com a forma de um desejo
Vagueando em busca de uma razão...
...Por existir
O vento chamava-te... IRA



-"IRA" (grito)
Ira- Quem és tu?
Voz 1- Quem queres que seja?
Ira- Porque me chamas-te?
Voz 1- Não fui eu que te chamei, foi o vento que gritou o teu nome.
Ira- Mas eu oiço-te!
Voz 1-Não... tu sentes-me.
Ira- Mas quem és tu?
Voz 1- E tu, quem és?
Ira- Eu sou Ira, o "Homem".
Voz 1- que sabes tu dos homens?
Ira- Os homens... os homens vivem nas cidades ou nos campos... vi muitos no meu caminho! São guerreiros, são ladrões, adoram ou desprezam deuses...
Voz 1- E tu, tu que és?
Ira- Eu sou Ira, o "Homem"! E tu?
Voz 1- Digamos que sou os homens... aqueles que cruzaram o teu caminho e te viram sem que tu os visses...
Ira- Porque estás aqui?
Voz 1- Porque chegou a hora.
Ira- A hora?!
Voz 1- Sim, talvez a hora.


Eras uma criança
Se o teu corpo tinha certezas
A tua voz vacilava
E perdias-te no meio das palavras
Que ninguém dizia

Não sabias o que era a solidão
Nem conhecias os homens
Tinhas a força de um gigante
E as cores do arco-iris
Porque choveu no caminho do teu sonho



Narrador:

A necessidade de continuar é grande mas não só.
Ao som do bater de cascos, uma voz murmura ao longe...
A sua atenção desperta quando sente a aproximação do cheiro do vinho, e do sangue, que corre nas ruas de uma cidade povoada...
...Que em nada difere de todas as que já conhece.

Os seus olhos fixam as ruas desertas, cobertas pelas sombras...
Os seus ouvidos ouvem os gritos de prazer e clemência ocultos na escuridão...
...E o seu olfato...
...Denuncia-lhe...
...Violência...!?
Um grito de dor rasga o silêncio penetrando nos ouvidos do homem...
...Que desembainhando a espada parte em defesa dos fracos gritando insultos...
Provocado, o bárbaro...
...Vira-se...
...Para responder...
...Mas...
Algo o assusta, deixando Ira intrigado.


Tinhas um corpo de tempo
E a alma com a duração de um dia
Por vezes só de um instante
Só falavas de silêncio
Ou com palavras que eu não ouvia
Vinhas da distância
De um amor inventado com urgência
Por um homem que ia deixar de ser



Ira- Volta "cão", luta como os homens...
Voz 2- Ele não lutará contigo, ninguém lutará contigo, HOMEM...
Ira- Quem és tu que interrompes o meu combate?...
Voz 2- Que eu sou pouco importa, mas tu que percorres campos e cidades sem cessar, que procuras?...
Ira- Eu... Eu procuro um significado para existir, para me descobrir... Procuro a hora...
Voz 2- A hora?! Há muito que a hora chegou, desde a "criação"... Tu já existes e existirás, aquilo que procuras já faz parte de ti... Parte, homem... Imita os outros homens... PARTE...

Narrador:

Concordando sem resposta...
...O guerreiro...
...Prossegue...
...O seu caminho...

O teu espaço foi o instante
De construir uma ideia
Que vai durar para sempre



Adsharta

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