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.:domingo, setembro 21, 2008:.

Paragens de autocarros 

E então lá estava eu na paragem... vocês sabem como é.

Pessoalmente ADORO paragens de autocarros, conhecem-se pessoas únicas e as histórias, oh meu Deus, as histórias...

Quanto mais idosos e numerosos são os cidadãos, mais numerosos e sumarentos são os detalhes. Tudo começa com o tempo... ou talvez a politica... na verdade, tudo começa mesmo no atraso do autocarro, que é culpa do governo e o tempo, bem, é o tempo, ou chove de mais ou faz calor de mais, o que acaba por ser culpa do governo indirectamente pois está na mesma conversa...

"Mas olhe, ainda no outro dia, eu vi (ou ouvi)..." e pimba, o interesse está lançado, o enredo é suficientemente genérico para todos se identificarem, vai ter drama, sofrimento, muita cuscuvilhice e não, repito, não, vai acabar bem para os envolvidos. Queres filmes com final feliz vai ao cinema... toma lá esta.
Mas no entanto estamos todos colados em cada palavra que a senhora diz, já com um bitaite pronto para lançar, quiçá se formos rápidos podemos meter a nossa própria miséria lá pelo meio, receber alguma dessa simpatia e compreensão que todos tanto queremos, gostamos e, que raios, na nossa idade, MERECEMOS.

"Oh sim, que isto no meu tempo..." e agora é que vamos mesmo ter um relato em primeira voz do antigamente, qual RTP Memória, deviam era entrevistar idosos nas paragens, viravam nª1 de audiências. E aí é que vem a contribuição geral, muito ao estilo saudosista, da época em que viveram, agora não estão vivos ou assim não se sentem, com toda esta electrónica, internet, telemóveis, já ninguem racha lenha, literalmente, pois estão agora calados e perdidos nas suas recordações.

Tempo só há para um ou dois suspiros, lá vem o autocarro, "É a vida", "Até qualquer dia", "Vizinha, cumprimentos á familia", etc e tal, são 10 a entrar para o autocarro, mas entre os que entram e os que ficam, com as despedidas, sacos de compras, miudos chorões a serem arrastados, idosos de bengalas ou muletas que a idade chega a todos e a todos se deseja que chegue quando cantamos Parabêns a mais um ano, mais parecem não 10 mas uns 30.

E é por isso que o autocarro vem atrasado. lololol

Isarma

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