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.:quinta-feira, maio 03, 2007:.

Aqui vão alguns poemas que encontrei nos inúmeros livros que tenho sobre os celtas e as lendas arturianas. Os que vou escrever estão nos livros de Stephen Lawhead ("O Ciclo Pendragon"), um no início de cada livro e outro no livro entitulado "Merlin".
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São dez os anéis, e nove os torques de ouro,
que os antigos chefes de clã usavam;
Oito as virtudes principescas e sete os pecados
pelos quais se vendia uma alma;
Seis é a soma da terra com o céu,
de todas as coisas simples e ousadas;
Cinco é o número de navios que partiram
da Atlântida perdida e fria;
Quatro reis das Terras Ocidentais se salvaram
e três reinos agora contemplam;
Dois o amor e o medo os juntaram,
no reduto de Llyonesse;
Um só mundo, um só Deus e um nascimento
predisseram as estrelas dos druidas.
SRL
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Luz do Sol,
radiância da Lua,
esplendor do fogo,
rapidez do relâmpago,
vivacidade do vento,
profundidade do mar,
estabilidade da terra,
firmeza da rocha, sede testemunhas:

Oramos hoje por Aurélio , nosso rei;
para que a força de Deus lhe dê firmeza,
o poder de Deus o sustente,
o olhar de Deus olhe por ele,
os ouvidos de Deus o escutem,
a palavra de Deus fale por ele,
a mão de Deus o guarde,
o escudo de Deus o proteja,
a legião de Deus o salve,
das ciladas do Demónio, da tentação do vício,
de todos os que lhe queiram mal.

Clamamos por esses poderes, para que
se interponham entre ele e o mal:
contra todo o cruel poder que se lhe oponha,
contra encantamentos de falsos druidas,
contra a magia negra dos Bárbaros,
contra os embustes dos idólatras,
contra feitiços, grandes e pequenos,
contra toda a maldade que corrompe o corpo e a alma.

Jesus esteja com ele, atrás dele e a seu lado,
Jesus esteja nele, debaixo e acima dele,
Jesus à sua direita, Jesus à sua esquerda,
Jesus quando ele dorme, Jesus quando ele acorda,
Jesus no coração de quem pensar nele,
Jesus nos lábios de quem falar dele,
Jesus nos olhos de quem o olhar.

Confirmamo-lo hoje por meio de uma poderosa força,
a invocação da Trindade Una,
pela fé em Deus,
pela confissão do Espírito Santo,
pela confiança em Cristo,
Criador de toda a Criação.
Assim seja."
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Tenho outros livros que citam poemas da era pré-cristã, como por exemplo, o Mabinogion. No entanto a religião cristã parece ter sido inserida nestes poemas posteriormente; alguns dos poemas são mais antigos que a presença do cristianismo na Gália ou na Bretanha, pelo que não faz sentido conterem citações cristãs. Embora abomine esta adulteração tenho de lhes dar o crédito de escreverem bem e dentro do "espirito" e sentimento da época pois mantiveram igualmente citações da mitologia celta. Podia, tal como tudo, ser muito pior. Aqui vai um exemplo:

"Eu sou o primeiro dos bardos de Elphin
E venho da região das estrelas de verão
Idno e Heinin assim falaram: ;
Por fim os reis só me chamaram Taliesin.

Eu estive com o Senhor na esfera mais alta,
Na queda de Lúcifer até ao Inferno,
Ergui bandeiras à frente de Alexandre.

Eu dei nome às estrelas, do Norte ao Sul;
Eu estive nos astros com O que tudo dá;
Eu estive em Canaã, na morte de Absalão;
Eu fui com o Divino ao vale de Hebron;
Eu estava com Dan antes de Gedeão;
Eu fui o mestre de Elias e Enoc;
Eu recebi asas do génio do báculo;
Eu fui eloquente antes de falar;
Eu estava no Calvário do Filho de Deus;
Eu estive preso, três vezes, em Arianrod;
Eu fui arquitecto da torre de Nimrod;
Eu fui maravilha, que é desconhecida;
Eu estive na Ásia, com Noé na Arca;
Eu vi a queda de Sodoma e Gomorra;
Eu estava na Índia quando Roma se ergueu;
E agora eis-me aqui, nas ruínas de Tróia.

Eu estava com o Senhor, nas palhas do burro;
Eu guiei Moisés, nas águas do Jordão(1);
Eu estive no firmamento, com a Madalena;
Eu bebi o saber do caldeirão de Caridwen;
Eu fui bardo da harpa de Lleon Lochlin;
Eu estive no Monte Branco, com Kynvelyn;
Um ano e um dia, com grilhões e madeiros;
Eu sofri a fome, pelo filho da Virgem;
Eu cresci e criei-me na terra do Deus;
Eu fui mestre de toda a inteligência,
E posso instruir o inteiro universo.
Eu estou e hei-de estar á face da terra,
Até chegar o dia do Juízo Final.
E não há quem saiba se este meu corpo
É carne ou é peixe.

Depois eu estive, por nove vezes,
No ventre da bruxa Caridwen.
No começo eu fui o pequeno Gwion,
Agora e ao fim, eu sou Taliesin."

(1)No texto aparece Jordão e não Nilo, como devia ser.

Ah, pois é. Lendo com atenção este poema dá-me a sensação que Taliesin não era nem mais nem menos que o Espirito Santo encarnado. É essa a ideia que é suposto formarmos ao ler este poema; e o resto dos poemas assim como a história subsequente não o desmentem e tentam até reforçar um pouco essa ideia.

Na maior parte das lendas arturianas, Merlin e/ou Taliesin são sempre a alavanca para o caracter de Artur. Ora Taliesin é pai de Merlin, ou são a mesma pessoa; ou são pagãos bons ou são pagãos maus. Se se convertem ao cristianismo são sempre bons a partir dai (LOLOLOL).

Da parte de Artur já quase todos sabem qual é a mensagem: União, Honra, Coragem, Lealdade, Pátria, Amizade, Caracter, Firmeza.... You name it.
A personagem de Taliesin/Merlin, nestes poemas, toma uma nova dimensão. Mistica já ela era; aqui rasa o divino.

Isarma

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